Ao todo, 70 auditores de controle externo foram mobilizados em uma megaoperação que impactou, simultaneamente, 28 unidades básicas de saúde (UBSs) de Porto Velho.
Mais do que números, a iniciativa tem um propósito claro: induzir melhorias no atendimento à população e nas condições de trabalho dos profissionais de saúde, que estão diariamente na linha de frente.
FISCALIZAR PARA TRANSFORMAR VIDAS
Na abertura da operação, o presidente do TCE-RO, conselheiro Wilber Coimbra, destacou que a fiscalização não se limita a apontar falhas, mas busca gerar esperança e dignidade social.
“Hoje é o dia de dar uma contribuição real aos que nos remuneram: o povo de Rondônia. Esta operação não é apenas fiscalização, é um gesto de devolver dignidade aos nossos irmãos”, destacou.
O TRABALHO EM EQUIPE FAZ A DIFERENÇA
O secretário-geral de Controle Externo, Marcus Cézar Filho, ressaltou que a mobilização só é possível graças à dedicação dos servidores e ao apoio da alta gestão. Ele ainda ressaltou as mudanças reais que a saúde pública está tendo, a partir da atuação do Tribunal de Contas.
“Hoje, as UBSs têm mais médicos, equipamentos modernos e, em breve, pediatras em todas as unidades. Isso é fruto do nosso trabalho em equipe, apoiado pela gestão”, comentou.
QUEM VIVE A REALIDADE DA SAÚDE
O impacto da operação aparece na fala de quem convive diariamente com o sistema.
Para o professor Josiel Rabelo de Souza, paciente da UBS Novo Engenho Velho, a fiscalização garante que o serviço chegue à população.
“O atendimento não é excelente, mas está sempre disponível. A fiscalização do Tribunal é fundamental, porque garante que esse serviço chegue a todos nós”, disse.
O servidor Rosinei Lemos, profissional da mesma unidade, também ressaltou o papel do TCE-RO: “A fiscalização é fundamental, porque acompanha e cobra do poder público o que precisa ser feito. Isso fortalece a comunidade, sem dúvida.”
O agente administrativo Solieuzo Oliveira, que atua em uma UBS da capital, reforçou a importância dessa presença próxima.
“É essencial essa parceria, esse apoio do Tribunal de Contas, de vir e conhecer de perto a realidade e o que os servidores precisam. Passa a ser a nossa voz, para que possamos prestar um serviço muito melhor aos munícipes”, revelou.
Já o aposentado Celso Figueira, paciente de uma unidade, avaliou os avanços recentes.
“Essa fiscalização é muito bem-vinda porque, assim, a gente se sente mais seguro quanto aos nossos direitos”, opinou.
E acrescentou: “Nessa unidade que frequento, melhorou consideravelmente o atendimento. Não vou dizer que é ótimo, dadas as condições do município, mas o atendimento é bom, sim.”
SALA DE SITUAÇÃO: MONITORAMENTO EM TEMPO REAL
Enquanto os auditores estavam em campo na fiscalização, conversando com pacientes, profissionais e gestores das unidades, um grupo de trabalho do TCE de Rondônia acompanhava cada etapa na chamada “sala de situação”.
De lá, os dados chegavam em tempo real, permitindo que a equipe técnica monitorasse os avanços, registrasse informações críticas e desse suporte imediato aos auditores de controle externo. Essa integração garantiu mais precisão, rapidez na análise e fortalecimento da ação de fiscalização.
PROBLEMAS NAS UBSs
Apesar dos avanços já conquistados, a fiscalização também revelou desafios importantes que ainda afetam o atendimento à população. Durante a operação, os auditores constataram três pontos críticos:
· Número insuficiente de agentes comunitários de saúde, o que prejudica o acompanhamento das famílias nas comunidades.
· Fragilidades no cuidado infantil, com deficiências em exames de imagem e outros procedimentos essenciais para diagnósticos precoces.
· Gestores sem formação adequada, comprometendo a organização das unidades e a qualidade do serviço prestado.
Segundo a equipe técnica do Tribunal, a ausência de gestores preparados impacta diretamente a eficiência das unidades, dificultando a adoção de boas práticas e a implementação das melhorias recomendadas.
PRÓXIMOS PASSOS
Com a coleta das informações, o corpo técnico do Tribunal de Contas vai elaborar um diagnóstico detalhado sobre o funcionamento das unidades. O relatório será entregue aos gestores municipais com recomendações práticas de melhoria. O acompanhamento será contínuo, para garantir que os avanços saiam do papel e cheguem à população.
A megaoperação reforça o compromisso do Tribunal: atuar com rigor técnico aliado à sensibilidade social, induzindo avanços na gestão da saúde pública e ampliando a proteção ao bem-estar dos cidadãos de Rondônia.