O Acre receberá neste fim de semana o 1º Festival MundiAcre. A ação acontecerá de 9 a 11 de outubro, no Teatro Hélio Melo e no Memorial dos Autonomistas, em Rio Branco. Sob o tema “Vozes Latinas na Amazônia”, o evento propõe um encontro vibrante entre linguagens artísticas, povos e territórios, reafirmando a potência da cultura como semente de um novo ciclo para a região.
A abertura, na quinta-feira 9, será marcada pela apresentação de “Laudes des Femmes des Terres Brûlées”, vinda diretamente da Guiana Francesa, como parte do Ano Cultural Brasil–França 2025, fortalecendo os laços culturais entre os países amazônicos. A encenação traz à cena a força feminina e a poesia dos povos de fronteira, em um espetáculo que promete emocionar e marcar a história do teatro no Acre.
Na sexta-feira, 10, o espetáculo acreano “Afluentes Acreanas” convida o público a mergulhar nas memórias e lendas que moldaram o estado, exaltando o poder da arte local e o diálogo entre tradição e contemporaneidade. É uma celebração da identidade acreana, onde a música, a narrativa e a performance se entrelaçam em homenagem à força do povo amazônico.
O encerramento acontece no sábado, 11, com “Chiquinha do Pandeiro & Ritinha da Silva do Rio Envira – Contando e Cantando Histórias da Floresta”. O espetáculo reúne música, dança e oralidade em um tributo às mulheres da floresta e à sabedoria popular que mantém vivas as raízes culturais da Amazônia.
Idealizado pela Cia Cata-Ventos de Cultura, o MundiAcre nasce com o propósito de colocar o Acre no mapa dos grandes festivais culturais latino-americanos, valorizando a criação artística regional e o diálogo com produções de outros países amazônicos.
Para o presidente da Cia Cata-Ventos e idealizador do festival, Romário Feitosa, o MundiAcre é mais que um evento, é um movimento.
“Para mim, o MundiAcre é a nossa grande paixão tomando forma, um daqueles projetos que a gente sente no coração que vai fazer a diferença. É mais que um festival, é um verdadeiro movimento que sonhamos e estamos construindo! Nossa ideia é simples, mas poderosa: criar um espaço para a gente se conectar, fazer a arte vibrar, e celebrar as linguagens latinas em toda a sua força e beleza. Queremos abrir uma janela para o mundo ver a riqueza que temos aqui, mostrar o Acre para o mundo com toda a sua cultura pulsante, nossa gente, nossa Amazônia. E, ao mesmo tempo, trazer um pedacinho desse mundo para cá, para a nossa casa, para a nossa gente. É um intercâmbio de almas, de ideias, de arte! Por isso, o nome que escolhemos não podia ser outro: MundiAcre. É o ‘mundo’ encontrando e se reconhecendo no nosso amado ‘Acre’. Uma mistura que vai pulsar, transformar e construir pontes que a gente nem imagina. Venham viver isso com a gente”, destaca Feitosa.
Com uma proposta ousada e multicultural, o festival tem como objetivo se consolidar como um espaço de trocas e descobertas, reafirmando que a arte, quando ecoa em várias línguas e sotaques, é capaz de transformar o mundo, começando pelo Acre. A realização é da Cia Cata-Ventos de Cultura em parceria com o Institut Français.
Festival MundiAcre de 09 a 11 de Outubro:
️Quinta-feira, 09/Out: Às 19h, no Teatro Hélio Melo, viva “LAUDES DES FEMMES DES TERRES BRÛLÉES”! Direto da Guiana Francesa, o francês ecoa com um espetáculo que faz parte do Ano Cultural Brasil-França 2025! Uma joia teatral que toca a alma e fortalece laços entre nações. UM EVENTO HISTÓRICO NO ACRE! Não perca! ✨
Sexta-feira, 10/Out: Às 19h, no Memorial dos Autonomistas (no mesmo complexo do Teatro Hélio Melo), deixe o português do nosso Acre te guiar com “Afluentes Acreanas”! Mergulhe na nossa história, sinta a alma do nosso estado e redescubra as lendas que nos moldaram. Uma celebração premiada que vai te emocionar!
️ Sábado, 11/Out: 19h, o português vibrante da Amazônia encerra nossa programação com a força da cultura popular em “Chiquinha do Pandeiro & Ritinha da Silva do Rio Envira – Contando e Cantando Histórias da Floresta”! Música, dança e histórias da floresta que ecoam nossa identidade e regam as sementes do nosso novo ciclo cultural!
Esta edição do MundiAcre é estratégica, é intensa, é a semente de algo GIGANTE! ✨ Venha sentir a arte que transforma, inspire-se e faça parte do futuro da cultura na Amazônia.
Mesa-redonda na Ufac
A Universidade Federal do Acre (Ufac) realiza nesta quarta-feira (8/10) uma mesa redonda com integrantes de companhias teatrais da Guiana Francesa. O debate, que ocorre na sala do Centro de Educação, Letras e Arte (Cela), é aberto ao público e conta com tradução simultânea para quem não compreende o idioma.
A atividade faz parte da Teatroteca Francófona, projeto de extensão do grupo PTIT (Pesquisa em Tradução e Investigação Teatral), coordenado pelo professor Dennys Silva-Reis. Segundo ele, “a proposta é trazer textos ainda não disponíveis em português e testar se as traduções funcionam em cena, diante da plateia”.
O evento marca a chegada das companhias Guyane Art Théâtre, sediada em Paris desde 1995, e Grand Théâtre Itinérant de Guyane, com base em Kourou desde 2017. Ambas são dirigidas pela atriz, diretora e dramaturga Odile Pedro Leal, natural da Guiana Francesa. Parte da equipe trabalha com ela há quase três décadas.
A delegação é formada por quatro atores, Jean-Marc Lucret, Micheline Dieye, Sarah Jean-Baptiste e Laurence Baptiste, além do técnico de som e iluminação Carlos Perez. A vinda dos artistas foi viabilizada por meio de um edital contemplado pelo produtor acreano Romário Feitosa, da Cia Cata-Ventos de Cultura, como parte das ações do Ano do Brasil na França.
Durante a mesa-redonda, os convidados vão compartilhar experiências sobre a criação e circulação de espetáculos francófonos na América do Sul e no Caribe. “Conseguimos trazer a companhia para cá e promover esse encontro na Ufac, que é uma oportunidade rara para a comunidade acadêmica”, afirma o professor Silva-Reis.
A programação inclui ainda a encenação gratuita da peça “Louvores das Mulheres de Terras Queimadas”, última criação da companhia, que será apresentada em sessão única nesta quinta-feira (9/10), às 19h, no Teatro Hélio de Mello. O espetáculo foi desenvolvido em 2023 no Centre Dramatique de Saint-Laurent du Maroni, na Guiana Francesa, e já passou por Martinica, Guadalupe e pelo Festival de Avignon, no Sul da França.
A tradução da obra para o português foi feita por Dennys Silva-Reis em parceria com o mestrando Rodrigo Framil. O evento conta com apoio do Cela, do Diretório Central dos Estudantes (DCE) e do curso de Licenciatura em Letras Francês da UFAC.
Folha do Acre e Acre News