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quinta-feira, setembro 11, 2025

Não sei porque não me ensinou a te esquecer…

Não é pra você
– ou não é só pra você
Talvez seja só pra mim

Fato é que ninguém me ensinou a esquecer
E eu lembrei, também, de você

Pensei num coletivo
Coletivos

Vivemos nas memórias de muita gente
– como você e eu

Mas, também essas gentes vivem conosco
– como você em mim

Tinha uma técnica
– apagar registros, rostos, histórias

Descobri que isso só funciona com máquinas

Máquinas não amam
– são obrigadas a esquecer

Somos mais do que memórias
Somos criação
Criamos uns aos outros

Eu sou um rastro de ti
– não rastreio
Mas, em ti deixei pegadas

A gente desapega
Só não esquece

Não esqueça
Máquinas não amam
– como te amei

Não sei porque não me ensinou a te esquecer…

Por Vinício Carrilho Martinez

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