Por Édson Silveira
Em um dos episódios mais vergonhosos da nossa história recente, o Brasil se viu ameaçado por um presidente estrangeiro — Donald Trump, atual mandatário dos Estados Unidos — com uma possível taxação de 50% sobre todas as exportações brasileiras para os EUA. E o motivo? Uma tentativa escancarada de intimidar o Supremo Tribunal Federal e pressionar o ministro Alexandre de Moraes, que conduz investigações contra Jair Bolsonaro e seus aliados por envolvimento em um plano golpista.
Mas essa ofensiva internacional teve endereço certo: foi articulada por dentro, pelo próprio Eduardo Bolsonaro, o “03”, que cruzou o continente com a missão de colocar o Brasil de joelhos diante da extrema-direita americana. Usou sua influência e sobrenome não para defender o país, mas para ameaçar nossa economia caso a Justiça brasileira ousasse cumprir seu papel.
Esticaram a corda. Apostaram alto. Tentaram dobrar nossas instituições com chantagem internacional. E agora, estão pagando o preço.
Jair Bolsonaro está pagando pela ousadia de tentar subjugar o Brasil. E paga com medidas cautelares determinadas pela Suprema Corte: uso de tornozeleira eletrônica, recolhimento noturno, proibição de uso das redes sociais, e de contato com diplomatas e outros investigados. Medidas duras, sim — mas absolutamente proporcionais à gravidade daquilo que se apura: traição institucional e atentado à soberania nacional.
Soberania não se negocia
É inaceitável que um ex-presidente e seus filhos tentem entregar o país aos interesses de governos estrangeiros só para salvar a própria pele. Não é mais política. É sabotagem. É traição à pátria. E o Judiciário brasileiro, ao reagir com firmeza, mostrou que nossas instituições não estão à venda — nem à disposição de chantagens.
A atuação de Alexandre de Moraes, nesse contexto, foi exemplar. Não cedeu à pressão. Não se acovardou diante de ameaças externas. Pagou pra ver — e viu que quem blefa contra a democracia brasileira acaba vigiado por tornozeleira e investigado pela PF.
O Brasil está de pé
É simbólico e necessário ver Bolsonaro restrito, isolado, monitorado. Porque isso reafirma que o Brasil não pertence a um sobrenome, a uma ideologia ou a interesses estrangeiros.
O Brasil pertence ao povo. À Constituição. À democracia. E segue de pé, firme, com instituições que, apesar de tantas tentativas de sabotagem, não se ajoelham pra ninguém.
Édson Silveira
Advogado, administrador, professor e vice-presidente estadual do PT em Rondônia
@edsonsilveira13