Nunca, em uma democracia, um partido entregou tanto à sociedade como o MDB de Rondônia
Por Confúcio Moura[1]
Os partidos políticos, como a política, têm suas próprias dinâmicas. Também como a política, devem se ajustar aos movimentos, demandas e necessidades da sociedade – esta, em constantes mudanças. As fusões, incorporações e mesmo a extinção de siglas partidárias são resultados destas transformações. Este é um processo inevitável. As organizações partidárias estagnadas em seu ideário, na sua organização interna e na forma como se relaciona com a sociedade, tendem ao fim.
O Movimento Democrático Brasileiro – MDB, é uma organização que se mistura com a história do estado de Rondônia. Não é possível separar as duas instituições, nem os seus caminhos, menos ainda os seus destinos.
Sob o comando de vários governadores emedebistas, fincamos no estado as marcas da eficiência administrativa, da visão sustentável e inclusiva do desenvolvimento, da valorização das pessoas como objetivo central das políticas públicas e na interiorização dos equipamentos públicos como forma de fazer o Estado estar onde moram as pessoas. A agenda de realizações do MDB em Rondônia é de tamanha grandeza que é impossível separá-la do desenvolvimento do estado.
Reconhecer a sua contribuição para a evolução econômica e cultural da sociedade rondoniense é, portanto, dever do MDB. Mais ainda: se adequar à esta evolução é uma obrigação da legenda. Se não fizer, caminhará distanciado da realidade e das demandas locais. Daí ao fim, é questão de tempo.
Nos períodos em que não estão no governo, os partidos tendem a ignorar a sua estrutura interna, sua burocracia, suas instâncias partidárias e, sobretudo, seus fóruns de debates sobre a economia, sociedade e conjuntura política. Em geral, nestes tempos de vacas magras, há mais atenção aos políticos do que aos partidos.
A partir destas premissas, nós do MDB de Rondônia, iniciamos no final do ano passado, um amplo processo de reestruturação interna da legenda. A decisão de fazer, porque fazer e como fazer foi fruto de prolongados debates entre os diferentes grupos no interior do partido. No final, optou-se por uma modelagem que contempla alguns aspectos valiosos para o MDB.
Dentre estes, por exemplo, o reencontro com os seus filiados históricos, que estão espalhados pelos 52 municípios do estado. Serão eles, que na lógica da reorganização planejada, conduzirão os diretórios municipais e, estes, por sua vez, distribuídos em macro e microrregiões, conduzirão os processos de renovação de quadros e escolhas de nomes para as eleições de 2026.
Esta estratégia fará com que o MDB volte a ter a capilaridade que sempre teve. É a volta do MDB às linhas, à beira dos rios, às comunidades indígenas e quilombolas, aos garimpos, aos sindicatos, aos polos extrativistas e às universidades. Vamos aprofundar o diálogo com os servidores públicos, com os professores, com os agentes culturais e com os movimentos de mulheres e de jovens.
Neste reavivamento partidário, que faremos em conjunto com a Fundação Ulysses Guimarães – FUG, braço de estudos, pesquisas e de formação do MDB, nos reencontraremos com a nossa história e com todos os rondonienses que constroem o desenvolvimento do estado.
[1] Confúcio Moura, 76 anos, é médico, senador da República, 2º vice-presidente do MDB Nacional e vice-presidente do MDB de Rondônia.