Por Roberto Kuppê
E o sonho americano virou um pesadelo para alguns patriotas que deixaram o Brasil em busca de ganhar muito dinheiro, ficar rico e melhorar de vida. É o que vislumbram ao adentrar nos Estados Unidos seja com visto de viagem ou pela rota via México, a maioria. Assim como só alguns jogadores de futebol se dão bem, nem todos os brasileiros que vão pros Estados Unidos conseguem seu intento. A maioria encontra muitas dificuldades e acaba vivendo em condições desumanas.
Eu estive nos EUA há 14 anos. Fui prá Los Angeles, Califórnia. Era Copa do Mundo na África do Sul. Conheci New York apenas pela janela do avião. Nunca tive interesse de conhecer. Sério! Nem Miami eu conheci. O sonho de muitos não é o meu. Risos. Fui prá Los Angeles por causa de Hollywood. É a terra do cinema. Conheci os estúdios da Universal Filmes. Passei pela calçada da fama.
Assisti à partida de futebol entre o Brasil X EUA no Teatro Ricardo Montalban patrocinado pela Red Bull. Meu anfitrião foi Alex Torres, sobrinho de Silvio Santos. Conheci um dos bairros que foi consumido pelo fogo recentemente. Enfim, resumindo, gostei mas não tive vontade nem de ficar, nem de voltar depois.
Nos EUA você não faz nada se não tiver dinheiro. Se adoecer, não há hospital público. É tudo privado como querem alguns políticos brasileiros no Brasil. É tudo por dinheiro, sobre dinheiro. Não vou entrar em detalhes mas fui tratado como um empresário que queria investir nos EUA. Não queria. Fui só à passeio.
Voltando ao assunto atual, imagino o que passaram os patriotas que voltaram acorrentado para o Brasil. Foram agredidos e humilhados. Ao mesmo tempo revejo as imagens de um grupo de parlamentares do Brasil dançando YMCA, hit gay da década de 90, do grupo LGBT Village People. Eles foram impedidos de assistir a posse de Trump e não restou alternativa a não ser ficarem sob intenso e congelante frio.
Esses parlamentares não deram um pio sobre a deportação dos patriotas algemados. Já o ex-presidente Bolsonaro disse que Trump agiu certo ao expulsar os brasileiros. Acorrentados, os patriotas chegaram ao Brasil por Manaus. Quando soube, Lula não pensou duas vezes e determinou soltar os deportados, colocando toda a estrutura do governo a disposição dos patriotas.
O grupo de brasileiros relatou que foi vítima de tortura e agressões físicas durante o processo de repatriação. O grupo de 88 pessoas chegou ao Aeroporto Internacional Eduardo Gomes, em Manaus. Os agentes norte-americanos foram obrigados a soltar todos os brasileiros depois de ordens do presidente Lula — eles queriam manter os repatriados como “prisioneiros” até o destino final, em Belo Horizonte.
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) denunciou o “flagrante desrespeito” aos direitos dos brasileiros deportados pelo governo dos Estados Unidos, em um comunicado divulgado pelo Ministério da Justiça. A Polícia Federal relatou que os brasileiros chegaram ao país algemados e acorrentados, sendo imediatamente liberados pelos agentes brasileiros. O voo, que tinha como destino Confins, em Minas Gerais, precisou fazer uma escala em Manaus devido a problemas técnicos.
A situação remete a um tratamento desumano, comparável ao dos navios negreiros que transportavam escravos no período colonial. Naquela época, homens, mulheres e crianças eram acorrentados e submetidos a condições degradantes durante longas viagens. Agora, séculos depois, imigrantes deportados enfrentam práticas que violam sua dignidade e direitos fundamentais.
Com informações do Brasil 247