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terça-feira, junho 24, 2025

Podcast Põe na Bancada: 290 mil trabalhadores em Rondônia podem ter dois dias de folga

✊ 290 mil trabalhadores em Rondônia podem ter dois dias de folga e mais
tempo com seus filhos. A luta começou.

O episódio mais recente do Podcast Põe na Bancada, apresentado por
Roberto Sobrinho, coloca no centro do debate nacional uma pauta histórica
da classe trabalhadora: a redução da jornada de trabalho sem redução de
salário. O tema, que deverá entrar com força na agenda do Congresso
Nacional em 2025, é defendido por diversas propostas legislativas em
tramitação e contará com uma grande mobilização em Brasília no próximo
dia 29 de abril, quando será discutido qual projeto tem maior viabilidade
política para avançar.
Embora a medida dependa de aprovação do Poder Legislativo, os
entrevistados destacaram que o governo federal apoia a pauta,
compreendendo que a inovação tecnológica precisa gerar bem-estar para toda
a sociedade, e não apenas lucro para as empresas. Ao longo da história,
toda conquista trabalhista — como férias, carteira assinada, jornada
semanal limitada ou 13º salário — enfrentou resistência do setor patronal.
E não será diferente agora.
Se a luta for vitoriosa, cerca de 290 mil trabalhadores em Rondônia — em
supermercados, postos de gasolina, farmácias, lojas e comércios em
geral — poderão conquistar dois dias de folga por semana e mais tempo
com suas famílias, sem perder renda.

��‍♀️ Elzilene: “A jornada está destruindo as famílias. Queremos trabalho
com dignidade”
Elzilene Nascimento, presidenta da CUT Rondônia, denunciou com força os
efeitos perversos da jornada 6×1 (seis dias de trabalho por uma folga),
especialmente para as mulheres, que enfrentam uma dupla jornada invisível.
“Uma mãe sai de casa cedo, cuida dos filhos, prepara o almoço, trabalha o dia
todo, e quando volta à noite, ainda precisa organizar tudo para o dia seguinte.
E tudo isso por um salário mínimo.”
Ela destacou que a maioria dessas mulheres é chefe de família, vive nas
periferias e trabalha em setores como supermercados, farmácias, lojas e
serviços essenciais — onde a carga horária é longa, o salário é baixo e o
tempo para o cuidado familiar é quase inexistente. “O trabalho, da forma como
está organizado, está sobrepondo a vida, e a consequência disso é o
adoecimento mental, o rompimento dos laços familiares e a precarização
da existência.”
Elzilene lembrou que a redução da jornada já é realidade na construção
civil, onde desde 2011 a jornada semanal é de 40 horas e o sábado é

considerado opcional, com pagamento de hora extra. “Se isso funciona em um
setor tão exigente como a construção civil, é plenamente viável em outros
ramos da economia. O que está faltando é vontade política.”

⛽ Ageu: “O senador Bagattoli quer destruir empregos. Um ataque direto
aos trabalhadores”
Ageu Gomes, dirigente sindical dos frentistas, trouxe à tona uma grave
ameaça: o Projeto de Lei 5243/2023, de autoria do senador Jaime Bagattoli
(PL-RO), que pretende autorizar o autosserviço nos postos de
combustíveis, extinguindo a obrigatoriedade da presença dos frentistas. A
medida coloca em risco cerca de 7 mil empregos apenas em Rondônia.
“É inacreditável que, em vez de lutar pela geração de empregos, um senador
da República esteja empenhado em destruí-los. Bagattoli joga contra os
trabalhadores. Ao invés de propor alternativas de inclusão produtiva, ele quer
excluir aqueles que dependem do trabalho para viver com dignidade.”
Ageu revelou ainda que o presidente do sindicato tentou por diversas vezes
agendar uma reunião com o senador, mas sequer obteve retorno.
“Chegamos ao ponto de buscar apoio de lideranças religiosas para que o
senador ao menos nos escutasse. É uma demonstração de desrespeito
profundo com a categoria.”
Ele também lembrou que os frentistas lidam diariamente com benzeno,
substância tóxica e cancerígena, e que o PL ignora completamente os riscos à
saúde. “É um projeto perigoso, injusto e desumano.”

��️ Tadeu: “A inovação deve servir à sociedade — somos as máquinas de
Deus”
Tadeu Porto, Secretário Nacional de Comunicação da CUT, anunciou o
lançamento de um plebiscito popular, presencial e virtual, para ouvir a
população sobre a redução da jornada de trabalho. A medida será parte das
ações do 1º de Maio e da marcha nacional a Brasília no dia 29 de abril, que
reunirá milhares de trabalhadores.
Tadeu frisou que o governo federal apoia a proposta, por entender que ela
se alinha à construção de um país mais justo, onde o avanço da tecnologia
esteja a serviço da sociedade, e não do lucro de poucos. “Com o aumento
da produtividade, é inaceitável que só o capital se beneficie. Somos as
máquinas de Deus. Temos um propósito na Terra e o trabalho é parte
essencial desse sentido coletivo da vida.”

Ele complementou: “Reduzir a jornada é uma resposta inteligente à
automação. Não se trata de regredir, mas de adaptar a economia para
garantir inclusão, saúde, tempo para a família e bem-estar social.”
Tadeu também destacou que os trabalhadores foram induzidos, em anos
recentes, a aceitar o falso dilema entre emprego ou direitos. “A CUT afirma
com firmeza: é possível — e necessário — ter os dois.”

�� Assista ao episódio completo no YouTube:
��https://youtu.be/nQiGdMW8eVs?si=JISoPP00paqZ-ssF

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