Por que a COP, conferência do clima da ONU, é importante?

A preocupação com o meio ambiente tem ganhado cada vez mais relevância nos últimos anos. Com o avanço de estudos sobre as mudanças climáticas e a maior frequência de fenômenos extremos tomando conta de noticiários, líderes mundiais e membros da sociedade reúnem esforços para discutir soluções e maneiras de enfrentar esses problemas. Nesse cenário, a ONU realiza um papel fundamental organizando reuniões anuais para discutir o tema, chamadas COPs.

Conference of the Parties (COP), ou Conferência das Partes, em português, é um evento organizado pela Organização das Nações Unidas (ONU) periodicamente. Essas reuniões são um importante fórum de discussão de pautas ambientais, recebendo a participação de representantes dos Estados e outros agentes, como organizações não governamentais, empresas, órgãos multilaterais, pesquisadores e ativistas do clima e meio ambiente.

As COPs foram estabelecidas no evento Eco-92, também conhecido como Cúpula da Terra, que foi realizado no Rio de Janeiro, em 1992. Chefes dos Estados integrantes da ONU reuniram-se para tratar sobre os problemas ambientais mundiais e definiram o combate à desertificação, a proteção da biodiversidade e as mudanças climáticas como os assuntos mais graves e pertinentes à agenda ambiental, criando convenções sobre eles.

A COP sobre mudanças climáticas, por conta da abrangência e importância do tema, tornou-se o evento mais conhecido, sendo realizado todos os anos. Ao todo, já foram realizadas 28 reuniões, sendo a primeira delas em 1995, em Berlim, na Alemanha.

Ao longo dos anos, diversas propostas já foram debatidas e assinadas pelos participantes. Os acordos mais marcantes talvez sejam o Protocolo de Kyoto, elaborado em 1997, na COP-3, que trata do compromisso com a redução da emissão de gases de efeito estufa, e o Acordo de Paris, formulado em 2015, na COP-21, que estabelece esforços para controlar o aquecimento global, mantendo o aumento da temperatura do planeta abaixo de 2°C.

A COP-28 foi realizada no ano passado, em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, uma das maiores potências petrolíferas do mundo. Diversos temas chegaram a ser debatidos, e as conclusões mais importantes tratam da substituição dos combustíveis fósseis, como petróleo, carvão e gás natural.

A superação dessas fontes de energia é uma medida imprescindível para atingir os objetivos estabelecidos no Acordo de Paris, como o controle do aumento da temperatura global. Para que isso ocorra, é evidenciada a necessidade de uma transição energética, com investimentos em tipos de energia renováveis, como a solar e a eólica.

Além disso, as tecnologias de captura de carbono também foram incluídas como um instrumento para a transição energética. A tecnologia tem mostrado potencial em pesquisas recentes, que estudam a viabilidade de capturar o carbono presente na atmosfera e transformá-lo em outras substâncias.

O próximo evento, a COP-29, acontece entre 11 e 22 de novembro deste ano, em Baku, a capital do Azerbaijão. Os participantes do evento devem se aprofundar nos temas abordados na COP-28, criando propostas e medidas mais concretas. Além de discutir a transição energética, é necessário estabelecer planos de execução e metas de investimentos para que os objetivos sejam cumpridos.