
O senador Valdir Raupp (PMDB-RO) não dorme direito há alguns dias, após o senador Romero Jucá (PMDB-RR) ser flagrado conversando com Sérgio Machado, tramando o impeachment de Dilma Rousseff. E agora com nova gravação, desta vez envolvendo o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), Valdir Raupp tem certeza de que ele será o próximo da fila. Contra ele pesam acusações de que recebeu propina da Odebrecht, segundo delação premiada.
Campeão de processos
Dos 102 congressistas que respondem a questionamento no Supremo Tribunal Federal (STF), 39 são alvo de mais de uma investigação. Entre os parlamentares com pendência na Justiça, quatro figuram como suspeitos em pelo menos cinco inquéritos. As denúncias vão de infração à lei eleitoral a crime contra a administração pública. Campeão entre os seus pares no número de procedimentos em tramitação no STF, o senador Valdir Raupp (PMDB-RO) é alvo de sete investigações. Em duas delas, o Supremo e a Procuradoria-Geral da República encontraram elementos para determinar a abertura de processo contra o ex-governador de Rondônia, por crime contra o sistema financeiro nacional e a administração pública. Nas ações penais, pesa sobre Raupp a acusação de ter cometido peculato (apropriação de bens ou valores por servidor público em função do cargo) e gestão fraudulenta em instituição financeira. O nome do senador aparece ainda em cinco inquéritos, procedimentos abertos para apurar a ocorrência de infração penal e passo inicial para a instauração de processo contra parlamentares no STF. Neles, é apontado como suspeito em casos de desvio de verbas e compra de votos.
Há uma semana, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a inclusão do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), do ex-ministro do Planejamento, senador Romero Jucá, e dos senadores Valdir Raupp (PMDB-RO) e Jader Barbalho (PMDB-PA) em um inquérito já aberto na Corte que investiga o suposto pagamento de propina na construção da usina Belo Monte.
Segundo Janot, Delcídio do Amaral disse na delação que houve pagamento de “ao menos R$ 30 milhões, a título de propina pela construção de Belo Monte, pagos ao PT e ao PMDB” e que o dinheiro pago ao PT foi destinado à campanha da presidenta afastada Dilma Roussef. Já o valor pago ao PMDB foi destinado ao “grupo de José Sarney”, do qual fazem parte Lobão, Renan, Jucá, Raupp e Barbalho. Ainda segundo Delcídio, o pagamento da propina era feito pelas empresas participantes do consórcio da usina.
A assessoria de Raupp se manifestou por meio de nota e informou que “o senador Valdir Raupp esclarece que jamais fez indicações políticas para o setor elétrico e que as acusações do ex-senador Delcidio do Amaral são descabidas e inverídicas”.
Segundo fontes, Valdir Raupp tem indicações sim, na Eletrobras de Rondônia.
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