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sábado, outubro 4, 2025

Post é derrubado do Instagram por ordem judicial em Rondônia

Publicação trazia informações de reportagem investigativa sobre secretário ambiental do estado; veículo não foi citado, nem teve acesso ao processo.

O Instagram removeu do ar, no Brasil, uma publicação da InfoAmazonia sobre uma investigação jornalística envolvendo o secretário-adjunto de Desenvolvimento Ambiental de Rondônia, Gilmar Oliveira de Souza. A decisão cita um processo iniciado na 4ª Vara Cível de Porto Velho (RO), mas do qual a InfoAmazonia não foi citada nem intimada. A plataforma, que comunicou à organização a retirada do conteúdo em 5 de setembro, apenas informou que a restrição decorre de ordem judicial.

O post atingido resumia os principais pontos da reportagem “Secretário ambiental de Rondônia intermediou venda de área em unidade de conservação para própria esposa”, publicada em 16 de junho de 2025. A investigação mostrou que  o atual secretário-adjunto atuou como representante na venda de um imóvel de 47 mil hectares dentro da Reserva Extrativista Rio Cautário para sua esposa. O caso envolve ainda uma segunda fazenda sobreposta à mesma unidade, indícios de fraude em escrituras identificados por órgãos públicos e suspeita de uma das maiores áreas griladas em unidade de conservação na Amazônia.

Para Stefano Wrobleski, diretor executivo da InfoAmazonia, a medida parece representar uma tentativa de censura contra conteúdo jornalístico de interesse público. “A remoção do post no Instagram restringe o acesso da população a uma cobertura jornalística apurada e responsável, que trata de fatos de grande relevância para a sociedade”, afirma.

O processo, que tramita em segredo de justiça sob o número 7037658-73.2025.8.22.0001, não tem a InfoAmazonia como parte. Por isso, a organização ainda não teve acesso aos autos nem tem conhecimento dos autores da ação.

A reportagem segue publicada no site da InfoAmazonia e não é alvo deste processo judicial.

Próximos passos

A InfoAmazonia vai pleitear acesso ao processo e questionar a remoção da publicação. A organização considera essencial a transparência em decisões que impactam a circulação de conteúdos jornalísticos e entende que restrições desse tipo representam risco à liberdade de imprensa.

O post com acesso restrito no Brasil segue disponível no link instagram.com/p/DK9gWVVRQs7 para visitantes de outros países.


Imagem de abertura: Resex Rio Cautário. 

Foto: Antônio Lucas/SECOM ALE/RO

InfoAmazonia

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