A produção de peixes em Rondônia teve um grande salto desde o início do governo Confúcio Moura, crescendo de 12 mil toneladas por ano até 2011, para cerca de 65 mil toneladas em 2013. Todo esse crescimento ocorreu a partir do estímulo oferecido pelo Governo do Estado, através do programa Água Produtiva, da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária, Desenvolvimento e Regularização Fundiária (Seagri).
A população rondoniense poderá conhecer de perto um modelo da produção de peixes em cativeiro durante a feira Rondônia Rural Show, que será realizada no parque de exposições de Ji-Paraná, de 21 a 24 de maio. A entrada do público será inteiramente gratuita, nos quatro dias do evento, que terá uma série de atrações, totalmente voltadas para a apresentação de novas tecnologias e negócios para o produtor.
Vendas
Nesses três anos, Rondônia passou a vender seu pescado para diversos outros estados brasileiros. Além do Amazonas, que sempre foi o mercado consumidor mais tradicional, o Estado está conquistando outros mercados, como São Paulo, Paraná, Tocantins, Piauí, Mato Grosso e o Distrito Federal.
Segundo a coordenadora do Água Produtiva, Ilce Santos Oliveira, a meta é chegar até 100 mil toneladas nos próximos anos. “Para isso estão sendo investidos meios que subsidiem ainda mais a escala de produção voltada à agricultura familiar, com vistas ao aumento da renda do pequeno produtor e tendo como consequência a geração de empregos a outras famílias”.
Hoje, 22 municípios rondonienses contemplam o programa que atinge de forma direta 273 produtores. Os maiores criadores de peixe em cativeiro da espécie tambaqui são os municípios de Ariquemes, Mirante da Serra, Urupá, Cujubim e Porto Velho.
Somente a região central do Vale do Jamari é responsável por 24.479 toneladas do pescado, e logo atrás vem o território do Madeira-Mamoré, correspondente a 23.477 toneladas.
A alta produção coloca Rondônia como o primeiro produtor da região Norte, e do país em escala do pescado que inclui neste montante as espécies pirarucu e pintado. De acordo com a coordenadora, “este cenário existe pelas parcerias existentes, em especial com a Sedam [Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental], desburocratizando as licenças ambientais paras aberturas de novos criadouros; da Associação Técnica e Extensão Rural (Emater), na elaboração dos projetos, além da Universidade Federal de Rondônia (Unir), com as pesquisas em torno da área”, lembra ela.
Lâminas
E não é difícil entender o motivo para estes municípios estarem nesta posição. Do alto, extensos lagos, um ao lado do outro transformam os campos, antes solitários e sem nenhuma serventia em imensas piscinas. As lâminas d’água, modelos implantados pelo Estado, colaboram na preservação do meio ambiente, com vistas à sustentabilidade.
Com o aumento na produção, a demanda também surgiu. Os dois frigoríficos existentes em Rondônia não são suficientes para receber toda a produção, o que fez o Estado ampliar a montagem de novos frigoríficos, como o que está sendo construído no Polo Industrial de Porto Velho pela iniciativa privada e voltado ao beneficiamento do peixe.
O governo, com o Ministério da Pesca, estuda também outros dois frigoríficos, além de dois entrepostos pesqueiros, aproveitando de sua rota produtiva para alavancar o setor.
“Outra proposta é a de aumentar o consumo do peixe nas escolas da rede estadual de ensino, criando nos estudantes consumidores conscientes dos benefícios do peixe, contribuindo também para a demanda em escala interna”, informa Ilce Santos.
Água
O Água Produtiva é um programa executado pelo governo do Estado por meio de parcerias onde o Estado entra com 70% dos custos e o produtor com 30% para cobrir as despesas com combustível e pequenos reparos.
“Os municípios recebem maquinários para construir tanques de peixes nas propriedades rurais, além de outras ações que servem de estímulo para a atividade como importante fonte de renda e de geração de emprego”, lembra.
Do primeiro ano do lançamento do programa até 2013 foram escavados um total de 869 hectares de lâminas de água. Para 2014, a meta do governo é ampliar esse número contemplando todo o cone sul.
A primeira etapa contou com as escavações, hoje no segundo momento a Seagri trabalha na capacitação do programa, dos técnicos, dos extensionistas, contando com o Serviço de Apoio às Micro e Pequena Empresas (Sebrae).
Além da região do Vale do Jamari, outros municípios já desenvolvem o programa, é o caso de Nova Mamoré e Guajará-Mirim no oeste do Estado. De acordo com a Seagri, a produção do pescado tambaqui em Rondônia em 2013/2014 foi de 48 mil toneladas. Este ano é esperada uma produção de 70 mil, e para os próximos anos o governo espera alcançar 100 mil toneladas.
Fonte
Texto: Emerson Barbosa
Fotos: José Luiz, Emater-RO
Decom – Governo de Rondônia