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terça-feira, setembro 2, 2025

Saúde em greve: profissionais paralisam atividades após governo romper negociações

Teve início nesta terça-feira, 2 , a greve dos médicos e demais profissionais da saúde da rede estadual de Rondônia. A paralisação foi aprovada por unanimidade durante assembleias realizadas na semana passada, em resposta ao que as categorias consideram um cenário de descaso e abandono por parte do Governo do Estado.

Na manhã da última sexta-feira (29), uma Assembleia Geral Extraordinária realizada em frente ao Hospital de Base Dr. Ary Pinheiro, em Porto Velho, consolidou a decisão da greve. O encontro contou com a presença de médicos, técnicos e outros profissionais da saúde, que denunciaram a falta de diálogo com a Secretaria de Estado da Saúde (SESAU) e cobraram melhores condições de trabalho, valorização profissional e estrutura adequada nas unidades de atendimento.

De acordo com o Sindicato Médico de Rondônia (SIMERO), a greve já havia sido oficialmente deflagrada no dia 28 de agosto, após outra assembleia com a participação de profissionais de diversas regiões do estado. A reunião de sexta-feira marcou o alinhamento final da categoria para o início da paralisação.

Na segunda-feira (1º), véspera do início do movimento, o SIMERO e o Conselho Regional de Medicina de Rondônia (CREMERO) reuniram-se novamente no Hospital de Base, desta vez com os diretores clínicos das unidades de saúde, para definir os critérios de funcionamento durante a greve.

Serviços essenciais mantidos

Segundo o posicionamento jurídico das entidades médicas, os serviços de urgência e emergência serão mantidos integralmente. Isso inclui o Hospital João Paulo II, o Hospital de Urgência e Emergência Regional de Cacoal (Heuro), o Hospital Infantil Cosme e Damião, unidades de terapia intensiva (UTIs), centros obstétricos de alto risco e serviços oncológicos.

Já os atendimentos eletivos e ambulatoriais — como os oferecidos no Hospital de Base, CEMETRON, POC e HRRO — funcionarão com apenas 30% da carga horária, assegurando o mínimo necessário para evitar prejuízos mais severos à população.

O SIMERO também orientou os profissionais a não assumirem plantões extras durante o período de greve, para não mascarar a real situação da rede pública de saúde.

Ausência do governo preocupa a categoria

Apesar de a SESAU ter sido convidada a participar da reunião de organização da greve, realizada na segunda-feira, nenhum representante da Secretaria ou das diretorias hospitalares compareceu. A ausência foi duramente criticada pelas entidades, que classificaram o gesto como um sinal claro da falta de disposição para o diálogo.

“Estamos abertos à negociação, mas não podemos ignorar o abandono das pautas da saúde. Chegamos a esse ponto por responsabilidade do próprio governo, que se manteve intransigente mesmo diante de um colapso iminente no sistema”, afirmou a diretoria do SIMERO.

Mobilização por dignidade e valorização

A greve segue por tempo indeterminado. Os profissionais garantem que manterão a mobilização até que haja um posicionamento efetivo do Governo de Rondônia sobre as reivindicações da categoria. A pauta inclui melhores condições de trabalho, reestruturação das unidades, reposição salarial e valorização dos servidores da saúde.

“Essa paralisação é, acima de tudo, um grito por dignidade. Pela nossa e pela da população que depende do SUS todos os dias”, reforçou o sindicato.

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