PT, PSOL, PCdoB, CUT e CTB Rondônia questionam eficácia da testagem rápida

As entidades, organizações e partidos abaixo assinados vem a público apresentar as seguintes considerações e questionamentos acerca da ação de combate ao COVID-19 realizada no último sábado, dia 6 de junho, pelo Governo do Estado, no estacionamento do Centro Administrativo – CPA, sob a coordenação pessoal do Secretário de Saúde.

1. Testagem em massa é algo bom e necessário. É útil para identificar possíveis casos assintomáticos e isolá-los para não transmitirem a doença.

2. O correto diagnóstico está diretamente ligado à qualidade dos materiais usados na testagem. Da mesma forma que podem ter como resultado os chamados falsos positivos, eventual falso negativo leva o infectado a crer não está com a doença, sobretudo naqueles realmente doentes que estão na fase de janela imunológica, o que pode ser muito prejudicial para o indivíduo infectado e para a comunidade, pois ele é um vetor de transmissão do vírus com livre circulação. Os kits de testagem rápida utilizados pelo Governo do Estado foram aprovados pela FIOCRUZ e estão convalidados pela ANVISA?

3. Foram coletados dados das pessoas submetidas à testagem (nome, idade, endereço, telefone) com vistas a permitir que esses dados sustentem adequado estudo epidemiológico em Porto Velho?

4. A testagem permitiu a identificação de quantos infectados? Em qual estágio da doença estavam as pessoas identificadas como infectadas? Qual a providência que o governo adotou em relação a essas pessoas?

5. Qual a providência que o governo adotou em relação àquelas pessoas que não apresentavam sintomas, mas que testaram positivo? Determinou seu isolamento e consequente acompanhamento? Efetuou teste em familiares e pessoas próximas para determinar quantos estão infectados com vistas a isolar focos propagadores da doença?

6. A simples testagem e diagnóstico de COVID-19 sem essas ações complementares não possui efetividade nenhuma, representando desperdício de dinheiro público, e criando a impressão de falsa segurança para a população. Ou seja, não passa de mera ação de marketing político ao invés de ação sanitária responsável, algo inaceitável quando se trata de proteger e salvar vidas.

7. Se o Governo do Estado adotou essas ações complementares, seria importante que viesse a público informar como isso está sendo feito, relatando os resultados obtidos e os procedimentos de contenção e acompanhamento que foram adotados.
8. Antes aplicar de forma ampla na população, o Governo do Estado fez a testagem direcionada nos profissionais de saúde que estão na linha de frente do combate à doença? Tal procedimento deveria ser prioritário, pois, teoricamente, um IGG em um profissional de saúde chancela passe livre para trabalhar na pandemia e permite monitorar e controlar o contágio nas unidades públicas de saúde. Se não fez essa testagem direcionada, qual seria a razão?

9. Considerando inúmeros e recentes relatos, inclusive em estudos da OMS, acerca de morte por arritmia devido ao uso de cloroquina em pacientes com COVID-19, o mais aconselhado não seria uma avaliação cardiológica preliminar individual antes de distribuir essa substância para a população?
10. Ofertar cloroquina a população sem nenhum exame preliminar, sobretudo ECG, com base unicamente no teste rápido positivo de COVID-19, está respaldado em qual protocolo médico?
11. Qual o posicionamento do Conselho Regional de Medicina de Rondônia acerca dos procedimentos adotados pelo Governo do Estado na ação do último sábado? Concorda? Sugere alterações para próximas ações do gênero?

12. A Assembleia Legislativa de Rondônia, com função constitucional de fiscalização, o que tem a dizer sobre isso?

13. O Ministério Público de Rondônia o que tem a dizer sobre isso?

Porto Velho, 8 de junho de 2020.

CENTRAL DOS TRABALHADORES E TRABALHADORAS DO BRASIL – CTB RONDÔNIA
CENTRAL ÚNICA DOS TRABALHADORES – CUT RONDÔNIA
PARTIDO CIDADANIA PARTIDO COMUNISTA DO BRASIL – PC DO B DE PORTO VELHO
PARTIDO SOCIALISMO E LIBERDADE – PSOL PARTIDO DOS TRABALHADORES DE PORTO VELHO

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