Com a pandemia, prostitutas passaram a oferecer programas nas ruas argentinas, o que pode acarretar em prisão.
Profissionais do sexo foram às ruas nesta segunda-feira (21) em Buenos Aires, capital da Argentina, para denunciar a violência policial e exigir a reabertura dos motéis, uma das atividades afetadas pelas restrições impostas para conter a pandemia do novo coronavírus.
“Queremos trabalhar!”, gritaram dezenas de manifestantes, a maioria do coletivo trans que protestou nas portas do Ministério da Justiça denunciando que as trabalhadoras do sexo são vítimas de “prisões arbitrárias”.
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Em nota, a Associação de Mulheres Meretrizes Argentinas (AMMAR) explicou que “a crise econômica e a falta de apoio do Estado levaram muitas profissionais do sexo a oferecer serviços sexuais nas vias públicas”, o que as expõe à prisão.
“O setor foi drasticamente afetado porque não tem possibilidade de gerar renda e hoje está em situação de extrema vulnerabilidade”, argumentou o coletivo.
Pandemia acentua crise
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A Argentina está sob medidas sanitárias que restringem grande parte das atividades desde 20 de março. O país sul-americano já acumulou mais de 600 mil casos confirmados e cerca de 13 mil mortes.
“As profissionais do sexo que decidem oferecer serviços para enfrentar a crise econômica se veem sob o risco de operações policiais com atos ilícitos e detenções arbitrárias”, denunciou a AMMAR.
“O fechamento de albergues temporários (motéis) também nos expõe a uma vulnerabilidade maior por termos que trabalhar em residências particulares”, explicaram.
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A organização criou um fundo nacional de emergência, mas os pedidos de auxílio ultrapassaram a capacidade de ajuda. “Em Constitución (um bairro de Buenos Aires), por exemplo, 90% das profissionais do sexo vivem em hotéis familiares e mais de 200 estão devendo o aluguel desde o início da quarentena”, disseram.
Na Argentina, a lei não condena a prostituição em si, embora penalize a promoção ou exploração do trabalho sexual de outra pessoa.
Fonte: G1


