Ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Marco Aurélio Mello disse nesta segunda-feira (3) que vai abrir o sigilo do inquérito que apura o suposto esquema de cartel entre as empresas Siemens e Alstom no fornecimento de trens para a CPTM (Companhia de Trens Metropolitano) de São Paulo durante governos tucanos.
Segundo o ministro, que é o relator do caso, o processo será desmembrado e permanecerá no Supremo apenas o que disser respeito aos envolvidos que têm foro privilegiado.
— O sigilo vou preservar, no que a lei impõe. No mais, vamos abrir, inclusive com os nomes dos envolvidos. E o desmembramento, para mim, é algo claro: devemos evitar o que houve na AP 470 [processo do mensalão.
No processo do mensalão, foram julgados pelo STF mesmo réus que não tinham foro privilegiado, o que o julgamento do caso muito longa. O inquérito sobre os trens foi enviado ao Supremo porque o deputado federal Arnaldo Jardim (PPS-SP) e dos outros três deputados licenciados têm foro privilegiado.
São investigados Jardim e os secretários estaduais de São Paulo José Aníbal, Edson Aparecido e Rodrigo Garcia, que são deputados federais licenciados.
Também são alvo do processo três ex-dirigentes da CPTM, duas parentes de um ex-diretor da companhia e o lobista Arthur Gomes Teixeira.
Marco Aurélio Mello disse que avalia compartilhar as informações sobre o inquérito com comissão de sindicância aberta em São Paulo para apurar possível desvio de conduta do procurador Rodrigo de Grandis.
Fonte: R7