Porto Velho- A oito meses das eleições, o quadro sucessório em Rondônia está indefinido. É uma incógnita. O governador Confúcio Moura (PMDB) que tem a máquina na mão, e, portanto, é o favorito, às vezes dá a impressão de não querer disputar a reeleição. Em entrevistas ele diz que um mandato de cinco anos seria o ideal para um governante. Por outro lado, a cúpula do PMDB em Brasília já decidiu que ele será candidato e repetirá a aliança vitoriosa em 2010 com o PDT como vice na chapa governista. O chamuscado Ayrton Gurgacz seria candidato de novo a vice. O atual senador pedetista, Acir Gurgacz, disputaria a reeleição.
O problema são os desgastes que todo governo sofre num mandato. Confúcio Moura, assim como o ex-presidente Lula no primeiro mandato, enfrentou acusações de corrupção que envolveu assessores diretos. Lula conseguiu se reeleger, apesar do Mensalão. No caso local, as investigações não chegaram até ao mandatário. Confúcio Moura não foi acusado de nada. Numa ação espetacular, o secretário da Defesa Marcelo Bessa comandou a Operação Apocalipse que afastou o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Hermínio Coelho (PSD) que vinha demonstrando interesse em disputar a sucessão governamental. A operação foi positiva para Confúcio Moura embora os envolvidos não tenham sofrido pena alguma. Os deputados investigados não foram punidos. Na Câmara dos Vereadores, os edis envolvidos foram absolvidos pelos colegas.
Confúcio Moura terá que enfrentar três grupos políticos. Mesmo com a máquina administrativa nas mãos, mostrando obras por todos os lados, Moura enxerga a reeleição escorregar pelos dedos e por isso, estaria costurando alianças com as mais diferentes correntes. Os três grupos liderados respectivamente por Ivo Cassol (senador), Expedito Júnior (ex-senador cassado) e Padre Ton (deputado do PT), são a pedra no caminho de Confúcio Moura. Nos últimos meses o meio político foi tomado por especulações de todo tamanho envolvendo alianças com o governador Confúcio Moura. A primeira seria uma aliança com o PT, já que em nível nacional PMDB e PT marcham juntos há décadas. A presidente Dilma vai repetir a chapa com o PMDB do vice Michel Temer. A aliança PMDB/PT em Rondônia não vai vingar. O deputado federal Padre Ton já foi escolhido pelo PT e já articula alianças pelo interior. Logo em seguida especulou-se que Confúcio teria acertado o apoio do ex-senador Expedito Júnior (PSDB), mas, a notícia foi logo desmentida pela cúpula tucana que não abre mão de uma candidatura própria. No momento seguinte, especulou-se também que Confúcio teria acertado com o ex-governador e atual senador Ivo Cassol (PP). Quanto a Cassol, tudo é possível. Cassol está inelegível e foi condenado a quase cinco anos de prisão. Mas, ele continua forte e dando as cartas no interior. O crescimento da pré-candidatura de Expedito Júnior (PSDB) vem assustando Cassol e os peemedebistas. Cassol não suportaria a ideia de uma possível eleição de Expedito. E para atrapalhar os planos do seu ex-aliado, o homem do chapéu estaria disposto a firmar aliança com o governador Confúcio Moura e até mesmo com o capeta para estragar os planos de seu ex-amigo. Circulou no ano passado que as negociações estariam bem adiantadas. O nome de Ivo Cassol seria Ivone Cassol, esposa dele.
Padre Ton
Também circula na imprensa a possibilidade do grupo de Cassol firmar aliança com o petista Padre Ton. Dirigentes do partido não descartam a possibilidade. O gabinete do petista distribuiu release afirmando que o partido manteve conversações em Rolim de Moura com o PP de Ivo Cassol, mas, sem a presença dele. O petista Davi Nogueira, da ala da ex-senadora Fátima Cleide disse nas redes sociais que Padre Ton tem autorização para buscar alianças. Ate com Ivo Cassol, se for necessário.
Autor: Roberto Kuppê com informações de Correio de Notícias