Após dois dias de paralisação, o cais flutuante do Porto Organizado de Porto Velho voltou a funcionar com agrogranéis (soja e milho). As operações portuárias no local haviam sido interrompidas na terça-feira, 25, em razão da cheia do Rio Madeira. A estrutura do cais estava sob o risco de não suportar a força da correnteza e ir à pique. Nesta quinta-feira, 27, depois de adotar algumas medidas de segurança, o cais voltou a movimentar grãos, cujo escoamento estava comprometido.
São sete as medidas emergenciais adotadas para retomar as atividades e evitar prejuízos para a Hermasa, produtores de grãos de Rondônia e Mato Grosso e para a logística do agronegócio no Brasil.
Entre as ações voltadas a garantir a integridade operacional constam a remoção contínua dos galhos e troncos que ficam presos nas amarras que dão sustentação ao cais; balsa auxiliar de apoio da ponte; reforços nas amarras com cabos de aço, restrição de trânsito de carretas sobre o flutuante e exigência de colete para todos os trabalhadores que acessam o cais.
Os procedimentos exigidos pela Sociedade de Portos e Hidrovias do Estado de Rondônia (Soph), autoridade portuária responsável pela administração do Porto de Porto Velho, foram executados com apoio da Hermasa, após reunião que envolveu integrantes da Secretaria de Agricultura, Agência Nacional de Transporte Aquaviário, Delegacia Fluvial, Hermasa, Soph e engenheiros especialistas em estrutura portuária.
Agrogranéis
Diariamente, aproximadamente 18 mil toneladas de grãos (soja e milho) são movimentadas pela Hermasa. O chamado agrogranel, oriundo do sul de Rondônia e noroeste do Mato Grosso, é responsável por 70% da carga movimentada no Porto de Porto Velho.
O escoamento é realizado pela Hidrovia do Madeira que transporta os grãos até Itacoatiara, Amazonas. Caso a interdição permanecesse no porto público de Rondônia, a descarga teria que ser remanejada para os portos de Paranaguá, Paraná, e Santos, São Paulo. Três dias a mais de viagem, quando comparado a Rondônia, e custo de frete três vezes maior.
Investimentos
Desde que foi construído, em 1988, o cais nunca passou por nenhuma reforma. “Na última década não houve nenhum tipo de investimentos do governo federal no porto. Se ainda estamos atendendo toda a demanda resultante da interdição dos outros terminais é por causa dos investimentos do governo do Estado na infraestrutura dos demais pontos de atracação portuária,”, disse Edinaldo Gonçalves Cardoso, o Caíco, diretor de Fiscalização e Operação da Soph.
Texto: Josi Gonçalves
Assessoria Soph
Decom – Governo de Rondônia