Para prestar melhor assistência às pessoas afetadas direta ou indiretamente e recuperar o boom da economia de Rondônia após uma das maiores enchentes da região, o governador Confúcio Moura anunciou na manhã desta quarta-feira (7) que irá ao Rio de Janeiro, na próxima semana, pedir à Direção do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) a suspensão, pelo período de dois anos, do pagamento de empréstimos, bem como, do pagamento da dívida do Banco do Estado de Rondônia (Beron) com a União. A informação foi dada nesta quarta-feira (7) durante entrevista do governador ao programa Manhã da Rádio Globo Rondônia apresentado por Solano Ferreira, Frota Neto e Agnaldo César.
Durante 1h, o governador falou sobre as ações empreendidas pelo Estado, com o apoio do governo Federal, prefeituras e entidades, para o enfrentamento dos prejuízos causados pela cheia que deixou quase 100 mil famílias desabrigadas no Estado, com destaque para as regiões de Porto Velho, Guajará-Mirim e Nova Mamoré. Ele também confirmou para esta quinta-feira (8), das 7h às 17h30, a reunião coordenada pela Secretaria de Assuntos Estratégicos (Seae), no Rondon Palace Hotel, em Porto Velho, com a participação de várias entidades para elaboração do Plano Integrado de Reconstrução e Prevenção de Desastres em Rondônia. Com isso, o governador acredita que o Estado estará pronto para enfrentar outros desastres naturais, considerando que depois da reconstrução a tendência é melhorar, como ocorreu com a Holanda com altas marés; a Estação das Docas, em Belém (PA); e os terremotos no Japão.
“A solução não é do Confúcio, não é do Mauro Nazif [prefeito da Capital], é de todos. Temos que planejar com todos os Poderes e entidades representativas de classes e empresariais”, afirmou, completando que as propostas devem ser de curto, médio e longo prazos, que vão de um a 10 anos.
Sobre os prejuízos, Confúcio lembrou que são estimados em mais de R$ 4 bilhões, levando-se em conta o que as famílias perderam em suas residências, produção agrícola, criação de animais, o que foi gasto para atendê-las, o fechamento do laticínio de Nova Mamoré, dos frigoríficos da Capital e do distrito de Abunã; a mudança do Tribunal Regional Eleitoral para o Complexo Rio Madeira; as carretas que ficaram paradas, entre outros reflexos da cheia.
Ele destacou o envio, pelo governo Federal, de R$ 8 milhões, R$ 2 milhões dos quais para Rolim de Moura e outros R$ 2 milhões para cestas básicas; e lamentou a demora do Ministério da Integração para reconhecer o decreto de calamidade pública publicado pelo governo estadual em 3 de abril.
Entre as alternativas apontadas pelo governador está a abertura de linhas créditos pelo Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Banco da Amazônia, com carência, juros e prazos especiais; prorrogação do pagamento para os que já contraíram empréstimo antes da cheia. “Após a reunião desta quinta-feira, creio que na próxima segunda teremos uma espécie de shopping cidadão com todas as informações necessárias à reconstrução”, argumentou.
Fonte
Texto: Veronilda Lima
Fotos: Marcos Freire