Por Osmar Silva (*)
Das três principais obrigações constitucionais do estado com os cidadãos – saúde, educação e segurança -, o governo de Rondônia avançou nos dois primeiros. O terceiro está em construção desde o primeiro mandato. Embora autoridades do setor mostrem índices de redução em alguns delitos, não conseguem tirar da sociedade a sensação de falta de polícia no combate ao crime.
Quando o cidadão ver sua casa ou sua empresa invadida à luz do dia, à frente de todos, dominado e humilhado por bandidos que recolhem dinheiro e produtos, o sentimento de impotência e abandono toma conta de sua alma. Se no meio disso sua família é moral e fisicamente agredida, a revolta e a indignação não tem tamanho. Principalmente contra o governo, que come os seus impostos, e não lhe dá a proteção nenhuma.
A percepção pública, – quando alguém é abatido num ato sem causa, quando uma jovem é violentada e agredida ao retornar da escola ou da igreja, quando o idoso ver sua aposentadoria sendo levada por bandidos, – é de que não tem polícia nas ruas. E nem governo.
E não adianta mostrar redução de homicídios e de mortes no trânsito. Mesmo sendo verdade. O que resolve é ver a polícia fardada e armada nas ruas, nas escolas, nos bancos, nos centros comerciais, nas praças, nos bairros, fechando as bocas de fumo, agindo, prendendo. Não dando moleza pra bandido. Como não vê, critica e condena. E conclui que a cidade está entregue aos bandidos. Reclamar! Pra quem?
O governo vem construindo as Unisps para oferecer infraestrutura física digna a policiais e cidadãos, vem investindo em polícia técnica, equipamentos e materiais, veículos terrestres e aéreos, na melhoria salarial dos profissionais da segurança. Em recente ato, derrubou entraves e realizou promoções em todos os escalões da Polícia Militar de Rondônia. De sargento a coronel. É, agora, uma das polícias mais bem pagas do país.
E o que ainda falta? Para deputados e vereadores que adoram reclamar, denunciar e exigir, em discursos raivosos, a ação do governo e da polícia na defesa do patrimônio e dos cidadãos, falta muita coisa. Principalmente PM.
Tanto que em recente discurso na Assembleia Legislativa, a deputada estadual Lúcia Teresa exigiu que o governo contrate, com urgência, mais policiais. Certamente por achar o efetivo pequeno para atender os quase dois milhões de rondonienses. Pode ser.
Mas dias antes o deputado estadual Hermínio Coelho obteve votos para aprovar lei garantindo segurança policial ao ex-procurador geral do Ministério Público por tempo igual ao que exerceu a direção do órgão. É provável que a deputada Lúcia tenha votado a favor. E lá se vão mais meia dúzia de militares garantir a segurança de um único servidor público, cidadão igual a mim e a você. Embora ele discorde, não é uma vergonhosa e imoral contradição? Não é esse mesmo ente público que tem obrigação constitucional de defender a isonomia e a igualdade de todos perante a lei?
Como vemos, não é fácil mudar as coisas. Mudar hábitos, mordomias, quebrar paradigmas. E esse é só um exemplo. Esses privilégios é que roubam os policiais das ruas. Sem falar nos que exercem funções burocráticas, própria de civis.
Embora a Policia Militar já esteja se mexendo, garantir segurança continua sendo o desafio do governador Confúcio Moura. Se ele desatar esse nó, a deputada Lúcia não precisará pedir a contratação de mais PMs. E o cidadão sentirá segurança para trabalhar e construir, vendo policia nas ruas.
(*) OsmarSilva – Jornalista – [email protected]