Enviada por um grande amigo e colaborador do Blog do CHA, a entrevista aqui reproduzida teria hoje grande repercussão, considerada a posição atual do entrevistado. Ela começou quando o jornalista, tentando embaraçar o entrevistado, perguntou-lhe o que ele pensava sobre a pobreza no mundo.
Resposta – “Primeiro na Europa e agora nas Américas, alguns políticos têm se dedicado a endividar as pessoas, fazendo com que fiquem dependentes. E para quê? Para aumentar o seu poder. Eles são grandes especialistas em criação de pobreza e isso ninguém questiona. Eu me esforço para lutar contra esta pobreza. A pobreza tornou-se algo natural e isso é ruim. Minha tarefa é evitar o agravamento de tal condição. As ideologias que produzem a pobreza devem ser denunciadas. A educação é a grande solução para o problema. Devemos ensinar as pessoas como salvar sua alma, mas ensinar-lhes também a evitar a pobreza e a não permitir que o governo os conduza a esse estado lastimável.”.
O Jornalista, meio que ofendido pergunta: – O senhor culpa o governo?
Ele respondeu: – Eu culpo os políticos que buscam seus próprios interesses. Você e seus amigos são socialistas. Vocês (socialistas) e suas políticas, são a causa de 70 anos de miséria, e são culpados de levar muitos países à beira do colapso. Vocês acreditam na redistribuição, que é uma das razões para a pobreza. Vocês querem nacionalizar o universo para poder controlar todas as atividades humanas. Vocês destroem o incentivo do homem, até mesmo para cuidar de sua família, o que é um crime contra a natureza e contra Deus. “Esta vossa ideologia cria mais pobres do que todas as empresas que vocês classificam de diabólicas”.
O jornalista replica: – Eu nunca tinha ouvido nada parecido de uma pessoa com sua função.
Resposta: – As pessoas dominadas pelos socialistas precisam saber, não têm que ser pobres.
O jornalista ataca: – E a América Latina? O senhor quer negar o progresso conseguido?
Resposta – “O império da dependência foi criado na Venezuela por Hugo Chávez, com falsas promessas e mentindo para que se ajoelhem diante de seu governo”. Dando peixe ao povo, sem lhes permitir pescar. Se na América Latina alguém aprende a pescar é punido e seus peixes são confiscados pelos socialistas. A liberdade é castigada. Você fala de progresso e eu falo de pobreza. Temo pela América Latina. Toda a região está controlada por um bloco de regimes socialistas, como Cuba, Argentina, Equador, Bolívia, Venezuela, Nicarágua. Quem vai salvá-los (a América Latina) dessa tirania?”
O jornalista acusa: – O senhor é um capitalista!
Resposta – “Se pensarmos que o capital é necessário para construir fábricas, escolas, hospitais, igrejas, talvez eu seja capitalista. Você se opõe a este raciocínio?”
O jornalista insiste: – Claro que não, mas o senhor não acha que o capital é retirado do povo pelas corporações abusivas?
Resposta – “Não, eu acho que as pessoas, através de suas escolhas econômicas, devem decidir que parte do seu capital vai para esses projetos. O uso do capital deve ser voluntário. Só quando os políticos se apropriam (confiscam) esse capital para construir obras públicas e para alimentar a burocracia é que surge um problema grave. O capital investido voluntariamente é legítimo, mas o que é investido com base na coerção é ilegítimo”.
O jornalista ataca novamente: – Suas ideias são radicais!
Resposta – “Não. Há anos Khrushchev advertiu: Não devemos esperar que os americanos concordem o comunismo, mas podemos ajudar os seus líderes com injeções de socialismo, até que, ao acordar, eles percebam que abraçaram o comunismo. Isto está acontecendo agora mesmo no antigo bastião da liberdade. Como os EUA poderão salvar a América Latina, se eles próprios se tornarem escravos de seu governo?”.
O jornalista conclui: – Eu não consigo digerir (aceitar) tal pensamento.
Resposta – “Você está muito irritado porque a verdade pode ser dolorosa”. Vocês (os socialistas) criaram o estado de bem-estar que consiste apenas em atender às necessidades dos pobres, pobres esses que foram criados por vocês mesmos, com a vossa política. O estado interventor retira da sociedade, a sua responsabilidade. Graças ao estado assistencialista, as famílias deixam de cumprir seus deveres para obterem o seu bem-estar, incluindo as igrejas. As pessoas já não praticam mais a caridade e veem os pobres como um problema de governo. Para a igreja já não há pobres a ajudar, porque foram empobrecidos permanentemente e agora são propriedade dos políticos. E algo que me irrita profundamente, é o fato dos meios de comunicação observarem o problema sem conseguir analisar o que o causa. O povo empobrece e logo em seguida, vota em que os afundou na pobreza.
A entrevista, concedida no sul do País a um conhecido jornalista, não obteve grande repercussão. Isso certamente não teria acontecido nos dias atuais, especialmente às vésperas da canonização de um santo brasileiro, o Padre José de Anchieta. O entrevistado era o cardeal jesuíta argentino Jorge Mario Bergoglio, sem grande expressão por aqui. Dispensado dizer que ele hoje é o $$Papa Francisco.